O Mês do Desgosto começa para a
Presidenta Dilma da Silva com perigosas apreensões na economia e na política.
Dólar subindo, custo de vida aumentando, com sinais intrigantes de retração na
atividade econômica, apavoram Dilma. Pior que isto só a queda de popularidade e
a autofágica guerra não declarada, promovida contra ela dentro do PT, com
riscos de afetar a já complicada governabilidade. O “fogo amigo” petista é uma
das maiores vulnerabilidades de Dilma.
A aloprada direção nacional do
Partido dos Trabalhadores soltou ontem um documento de 12 páginas mandando
Dilma fazer “retificações na linha política”. Embora faça uma crítica à aliança
com partidos classificados como “conservadores”, os gênios que comandam o PT
morrem de medo que o PMDB abandone a aliança e debande para o lado de uma
candidatura Aécio Neves-Eduardo Campos (dobradinha que se desenha no
horizonte). O medo de rompimento é tanto que o presidente petista, Rui Falcão,
prega que o maçom inglês Michel Temer continue como vice de Dilma na chapa
presidencial de 2014.
Já na economia, o governo se
mostra completamente perdido. O principal comentário no mercado era de que
técnicos do próprio governo já admitem, reservadamente, que “não existem mais
parâmetros” para definir a cotação do Dólar. A subida da moeda norte-americana
frente ao irreal Real projeta um aumento no custo dos contratos, principalmente
de importação de insumos industriais, que vai provocar uma onda de subida de
preços de produtos manufaturados nos próximos meses, com impactos diretos sobre
as vendas e claro risco para os empregos.
Nem os números manipulados pelas
artimanhas governamentais conseguem esconder que tem algo inquietante no Brasil
– que segue no suicida esquema dos impostos altos, dos juros em elevação e das
caríssimas e extorsivas taxas embutidas nos empréstimos bancários ou nos
cartões de crédito. O recente aumento dos planos de saúde – no País em que só
os privilegiados políticos de ponta têm direito ao padrão de atendimento no
Hospital Sírio-Libanês – tem um efeito devastador na psicologia e no bolso da
classe média.
Enquanto administra os problemas
intestinos, neutralizando o golpe interno petista que especula sobre um retorno
de Lula (o que nunca saiu do governo), Dilma segue três conselhos básicos dos
marketeiros. O primeiro é fingir, publicamente, que nada de errado acontece,
pregando o melhor dos mundos. O segundo é atacar inimigos também com problemas
de popularidade – como é o caso do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O
terceiro é fabricar contatos amistosos com o povo na rua, fingindo imitar a
estratégia do Papa Francisco, como aconteceu na caminhada surpresa feita ontem
por 300 metros pelas ruas do centro de São Paulo.
Agosto é tradicionalmente o mês
do desgosto para a politicagem. A economia nervosa e a política tensa serão uma
dor de cabeça permanente para Dilma – cujos marketeiros terão de produzir o
milagre da redução da impopularidade.
Metrô sabotado?
Cresce a desconfiança de que tem
o dedinho sujo do governo federal no estranho fato de que nenhuma empreiteira
aceitou entrar na licitação para a lucrativa linha 6 do metrô de São Paulo (que
cortaria toda a cidade, tendo ligações com a atual malha metroviária que deixa
a desejar em tamanho.
A evidência de sabotagem fica
explícita na crítica gratuita feita ontem pela Presidenta Dilma, na voltinha
surpresa que deu pelas ruas do centro de São Paulo, reclamando que não é
possível uma cidade deste tamanho sem um sistema de metrô.
A petralhagem e as evidências de
uma crise econômica braba que vem por aí seriam a explicação combinada para a
Odebrecht ter desistido, ao menos momentaneamente, da parceria público-privada
que já era dada como ganha da linha 6 paulistana.
Burrocracia Tupiniquim
Um País com tal estrutura
burroccrática tem como dar certo?
Militares na bronca
Os Clubes Naval, Militar e de
Aeronáutica entraram com uma representação conjunta no Ministério Público
Federal contra a composição e atos da Comissão Nacional da Verdade.
“Constata-se o flagrante
facciosismo dos membros nomeados pela Presidente da República, sem que haja a
presença de historiadores isentos e, também, por limitarem sua atuação apenas
no que diz respeito ao período pós Revolução Democrática de 31 de Março de
1964, ignorando a abrangência proposta”.
Como o pensamento dos três clubes
é o mesmo dos oficiais da ativa em silêncio obsequioso, no momento em que o
governo promove mais cortes drásticos no orçamento do Exército, Marinha e FAB,
a relação da Dilma com a área fardada fica ainda mais tensa.
Nem para Síndico
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
O Alerta Total tem a missão de
praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores
humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo,
informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista,
Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total:
www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública
e Assuntos Estratégicos.
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