Só ocorrida agora, a inevitável
liquidação extrajudicial do Banco Rural – usado no esquema do Mensalão para os
empréstimos simulados e fraudulentos ao PT– é apenas uma providencial encenação
para justificar as ações de bastidores dos esquemas petralhas, para atingir o
PSDB em São Paulo, com a denúncia de formação de cartel de empreiteira em
licitações do metrô.
A mão pesada do governo contra os
dirigentes do Banco Rural é interpretada no mundo político como um recado para
que eles jamais revelem detalhes mais escabrosos das negociatas que fizeram com
os petistas. Já condenados pelo Supremo Tribunal Federal, e aguardando a
votação dos recursos da Ação Penal 470, que começa a partir do dia 14 de
agosto, os controladores do Rural apenas acabam de comprovar o que significa
ser “inimigo do Estado” – e dos poderosos de plantão.
Investigar empreiteiros por
cartel – jogada que parece uma normalidade nos negócios do setor com os
diferentes níveis de governo – soa como piada. Só a antecipação da campanha
eleitoral de 2014, em um momento em que o Partido dos Trabalhadores tem
evidências de que tem tudo para perder sua hegemonia, justifica o vazamento de
bombásticos “escândalos” (que ficarão impunes quando a poeira abaixar).
Na administração pública brasileira
não existem dirigentes absolutamente livres de pecado. O sistema de licitações
públicas (não por coincidência elaborado pelos lobistas de empreiteiros) existe
para viabilizar os diferentes tipos de mensalões. Todo mundo sabe que o
dinheiro da venda de produtos fornecidos ou de serviços prestados aos
municípios, estados e União é que financia a politicagem tupiniquim.
Quem encontrar uma licitação que
não seja superfaturada ou que envolva esquema de compadrio ou carta marcada que
atire a primeira moedinha...
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