Fogo amigo gerado pela rede de intrigas do
Palácio do Planalto, para enfraquecer ainda mais o ministro Guido Mantega, o
padrinho do atual presidente da Caixa. Ou fogo amigo do PMDB, para indicar que
precisa de mais poder em cargos estratégicos para garantir fidelidade total a
Dilma Rousseff na campanha reeleitoral, evitando traições em favor de Aécio
Neves ou Eduardo Campos. Na Caixa, o PMDB direciona os investimentos com os
recursos do FGTS.
Essas seriam as razões por trás da
revelação de que, no final de 2012, a Caixa Econômica Federal se apropriou,
ilegalmente, de R$ 719 milhões que estavam depositados em 525.527 contas de
poupança. A burrada teria sido cometida por dirigentes da Caixa ligados a
Mantega e Hage. Na Caixa, os peemedebistas ocupam a estratégica
vice-presidência de Pessoa Jurídica. Só que gostariam de mais espaço de poder
no banco.
Por isso, independentemente de onde vem o “fogo
amigo”, a Presidenta Dilma Rousseff não será responsabilizada por mais um
assalto cometido pelo governo contra centenas de milhares de poupadores. A “oposição”
tentará convocar o presidente da Caixa, Jorge Hereda, para explicar a besteira
na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Ontem, no entanto, o governo já
temia os efeitos da ação de intimidação dos aliados. A notícia poderia alarmar
correntistas e gerar uma onda de saques, a partir desta segunda, na Caixa.
O teatro em torno de tal “denúncia” ficou
tão claro que, na versão oficialesca dada em alta velocidade, Dilma teria
ordenado ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para dar
declarações públicas deixando claro que nenhum poupador seria prejudicado. Para
piorar a farsa: quem denunciou o caso, usando dados vazados da Controladoria
Geral da União, foi a revista Isto É – editorialmente alinhada com o PT.
A Caixa cometeu crime de apropriação
indébita (artigo 168 do Código Penal) foi evidente. O crime contra o sistema
financeiro nacional também ficou configurado. Até o “enriquecimento sem causa”
(previsto nos artigos 884 a 886 do Código Civil) pode ser imputado à direção da
Caixa – e, por que não, ao acionista majoritário, o governo. Mas, como de
costume, o caso deve dar em nada.
O fato objetivo é que, no final de 2012, a
Caixa Econômica Federal se apropriou, ilegalmente, de R$ 719 milhões que
estavam depositados em 525.527 contas de poupança, A ilegalidade foi apontada
pela Controladoria Geral da União. O Banco Central já ordenou que a Caixa
retire do balanço financeiro R$ 420 milhões (valor da tungada depois dos
impostos). A quantia se refere a 6,9% dos R$ 6,1 bilhões do lucro da Caixa em
2012. O resultado ajudou na contabilidade criativa do governo para fazer o superávit
primário necessário ao pagamento de juros das intermináveis dívidas da União
Federal.
Oficialmente, a Controladoria Geral da
União (CGU) detectou três problemas nas contas do banco: a forma de
encerramento das contas, as transferências dos saldos para a receita do banco e
a transparência da operação nas Demonstrações Contábeis. Por isso, o relatório
foi enviado ao BC e ao Tribunal de Contas da União (TCU).
O presidenciável Aécio Neves já aproveitou
o episódio Caixa para atingir o desgoverno Dilma, culpando-a pela “falta de
limites do governo do PT em sua prática de manipulação contábil, que vem
minando a credibilidade das contas públicas do país”. Aécio avisou que o PSDB
pedirá esclarecimentos formais à Caixa e, a partir das respostas, “avaliará as
medidas legais cabíveis para garantir os direitos dos poupadores brasileiros,
assegurar o fiel cumprimento da legislação em vigor e responsabilizar judicialmente
os responsáveis.”
A tendência é que mais este escândalo acabe
em pizza. Igual ao de 2011, quando foi revelado um obscuro esquema de socorro
da Caixa para evitar a quebra do Banco Panamericano – que pertencia ao
empresário Silvio Santos. O desgaste no episódio provocou a queda da petista
Maria Fernanda Ramos Coelho da presidência da Caixa. No lugar dela, Guido
Mantega emplacou Jorge Hereda, e aproveitou para redimensionar a divisão de
espaço político no banco com o PMDB. Mas Hereda sempre bate de frente com
Geddel Vieira Lima – peemedebista que é vice de PJ da Caixa...
Enfim, na véspera reeleitoral, o fogo amigo
começa a comer solto...
Impressões
Teatrinho da futura Senadora
Welcome to Sarneyland
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem
com Deus.
O
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Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta
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