Uma leitora do meu blog me escreveu:
Recentemente
ouvi perplexa o relato de um amigo muito, muito, muito pobre a quem
tenho dado ajuda, falando sobre a Palavra de Cristo e dando um pouco de
ajuda material, conforme Deus me concede. Ele me contou que tenta
disciplinar o filho para que não siga por caminhos errados,
principalmente tráfico de drogas, que é o maior perigo. O garoto é um
bom menino, mas muito, muito levado e astucioso e bem teimoso. Meu amigo
recebeu uma visita da Polícia Militar e um chamado ao Conselho Tutelar
para esclarecer porque havia dado palmadas no filho, que tem pouco mais
de 10 anos. Depois disso, o garoto em certo dia foi dormir com uma faca
debaixo do travesseiro, dizendo que se o pai lhe batesse usaria a faca,
deixando todos em casa atemorizados! É terrível!
Diante
das consequências desastrosas dessas leis que estão sendo impostas para
controlar a vida privada dos brasileiros e nos desestabilizar
socialmente precisamos realmente orar muito.
Maria Auxiliadora
Esse é um caso isolado?
Em
2008, conversei com um pastor do Rio Grande do Sul que me contou que,
ao aplicar disciplina física em seu filho desobediente de 4 anos, o
menino prontamente ameaçou denunciá-lo. Quando o pai lhe perguntou onde
ele havia aprendido isso, o menino mencionou a escolinha. Não havia,
então, uma Lei Anti-Palmada em vigor. Mas quem foi que disse que os
Conselhos Tutelares, que atuam nas escolas públicas, precisam de lei
para ameaçar os pais?
No
mesmo ano, um pastor de Teresópolis, RJ, me contou experiência
semelhante com seu filho: ao discipliná-lo, o pai pastor foi ameaçado. O
menino também disse que a escola o havia ensinado a denunciar.
Ainda
em 2008, estive com uma líder católica pró-vida, que me contou como
teve de renunciar ao seu trabalho de professora de escola pública, por
não aguentar mais ver agentes do Conselho Tutelar vindo à escola para
ensinar as crianças que elas poderiam fazer o que quisessem, tanto em
casa quanto na escola. As aulas incluíam instruções de como denunciar os
pais.
Sem
nenhuma Lei Anti-Palmada, os Conselhos Tutelares estão há anos
treinando as crianças a desprezar e denunciar a autoridade corretiva dos
pais. Com a Lei Anti-Palmada, os Conselhos Tutelares apenas aplicarão
formalmente o que já vinham por alguns anos aplicando informalmente,
ganhando muito mais poder para induzir a população a denunciar. A
colunista Lya Luft, na edição de 04/01/2012 da revista Veja (p.18), pergunta:
“Quem
vai, sobretudo, denunciar? Penso que haverá filas de acusadores: a
vizinha invejosa, a funcionária ofendida, a ex-mulher vingativa, o
ex-marido raivoso. Receio que… se aplicada, vá desencadear uma onda de
confusões, inseguranças, injustiças, intromissões indevidas. Aberta a
porta para um controle nada democrático, uma ditatorial interferência do
estado na vida familiar e nas relações pessoais mais próximas”.
Se
os Conselhos Tutelares tivessem uma função minimamente útil, poderiam,
na atual condição em que o Brasil está, fazer pelo menos duas coisas:
* Combater o aborto propositado, pois o aborto é assassinato de crianças inocentes.
* Combater toda tentativa de grupos homossexuais de introduzir o kit gay nas escolas.
Entretanto,
em todo o embate contra o kit gay, que ameaça deixar inocentes crianças
à mercê da doutrinação homossexual, os Conselhos Tutelares não tiveram
nenhuma presença de oposição contra as más intenções do Estado.
Com
relação ao aborto, houve um caso, em Pernambuco, no qual um Conselho
Tutelar, sob a direção de bons católicos, interveio para deter que dois
bebês gêmeos fossem abortados. Mas o caso, que ocorreu em 2009, teve um
final infeliz, pois o ministro contra a Saúde, com todo o poderia do
governo federal, interveio para que o Conselho Tutelar local não pudesse
salvar os gêmeos.
Os
Conselhos Tutelares têm a missão essencialmente pérfida de impor a
tirania estatal dentro dos lares. Mas há exceções. E quando há, o
governo trabalha para neutralizar Conselhos Tutelares que estão sob a
direção de pessoas com valores morais ou cristãos.
Na
Lei Anti-Palmada, o governo quer apenas impor para todo o Brasil o que
já vinha sendo imposto através dos Conselhos Tutelares. Mesmo que a Lei
Anti-Palmada não seja aprovada, os pais têm pouquíssima proteção contra
Conselhos Tutelares que recebem denúncias anônimas de “maus tratos” —
que podem ser definidos conforme os conselheiros tutelares decidirem.
Psicólogos e assistentes sociais: os monitores estatais das famílias também têm problemas
Se
a Lei Anti-Palmada de Dilma Rousseff for aprovada, o governo vai ter de
contratar uma legião de “profissionais” em psicologia, que terão o
trabalho de reeducar as famílias infratoras do “delito” da palmada. E
haverá a necessidade de contratar uma multidão enorme de assistentes
sociais para lidar com milhões de pais infratores.
Portanto, a ideia do governo petista matará pelo menos três coelhos numa cajadada só:
1.
Produzirá talvez dezenas ou até centenas de milhares de vagas nos
milhares de conselhos tutelares de todo o Brasil, cumprindo assim
promessas eleitorais de que o governo geraria milhares de empregos.
2.
Inchará enormemente o contingente de agentes estatais, cuja única
utilidade será policiar as famílias, enquanto milhares e milhares de
meninos e meninas vivem nas ruas, abandonados, prostituídos, sem lar e
sem nenhum agente para cuidar deles. Já viu algum conselheiro tutelar
subindo os morros de tráfico de drogas no Rio para intimar os
traficantes que judiam, exploram, corrompem, estupram e matam crianças?
3.
Enfraquecerá a autoridade do principal rival (depois de Deus) do Estado
na vida dos indivíduos: a família. Com a autoridade da família minada,
será muito mais fácil o Estado e o marxismo conseguirem conquistar a
lealdade de milhões de homens e mulheres.
O plano anti-família do governo de Dilma será incorporado ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
que depende dos conselhos tutelares e seus funcionários e assistentes
sociais. Sem um inchamento sem precedente de funcionários nessa máquina
estatal, será impossível o governo alcançar milhões de famílias
brasileiras com sua nova política anti-palmada.
Não
seria errado eles interferirem em lares onde um homem beberrão chega em
casa agredindo a mulher, filhos, gato, cachorro, etc. Mas a política
anti-palmada de Dilma não tem como alvo esse tipo de violência, mas sim
castigos corretivos com palmadas, chineladas, etc.
Quando
um filho desobedecer, o pai e a mãe deverão tremer de medo, tentar
negociar e, no fracasso das negociações, satisfazer todas as vontades da
criança birrenta, que estará preparada e treinada pela escola e pelos
meios de comunicação a denunciar qualquer tentativa de lhe dar o mais
leve tapinha no traseiro. Pais e mães andarão nas pontas dos pés,
encolhidos de medo, enquanto assistentes sociais andarão à vontade à
procura da mais leve denúncia, a fim de justificar a própria existência
de seus empregos pagos por nossos impostos.
Contudo,
além de não terem autoridade moral para invadir e quebrar a autoridade
de pais que disciplinam, é preciso questionar: os assistentes sociais
dos conselhos tutelares têm famílias em estado melhor do que as famílias
que eles importunam?
Conheci
pessoalmente a família de uma assistente social que ocupava uma posição
de destaque numa prefeitura importante. Formada em psicologia e de
forte tradição católica, seu filho de 5 anos falava palavrões, judiava
dos animais domésticos e seus convívio principal, quando não estava na
escola, era com a empregada doméstica. O filho mais velho dela, com uns
20 anos, havia abandonado toda tradição cristã para se tornar fã
incondicional de Che Guevara, drogas e sexo livre. Mesmo assim, a mãe se
sacrificava em seu trabalho estatal para sustentar os estudos
universitários dele, inclusive moradia e alimentação.
Com
sua própria família, ela era mole ao extremo, mas profissionalmente ela
era dura e inflexível. Seus filhos nunca viram a cor de uma vara de
marmelo, pois seu único modo de lidar com a má conduta dos filhos era
conversando e aconselhando. Mas, apesar de todos os conselhos e
“castigos” (Mãe: “você vai ficar uma semana sem ver TV”. Filho: “Ah,
mãe! Quer dizer que durante uma semana inteira só poderei brincar no
computador? Oh, acho que não vou suportar esse castigo tão pesado!”),
tanto filho menor quanto filho maior prosseguiam no que faziam: o filho
menor, destruindo todos os brinquedos dele e os brinquedos de sua irmã
de oito anos. O filho mais velho, quando os pais davam uma saída, trazia
uma garota, alguns amigos, cerveja e drogas para “se divertirem” nas
próprias camas dos pais e irmãos. E só Deus sabe o que está por trás das
elevadas despesas que ele dá agora que está estudando numa universidade
do exterior.
Ela
é uma pessoa boa, mas o sistema estatal, juntamente com a contaminação
de conceitos psicológicos anti-bíblicos, a tragaram de tal forma que nem
sua família escapou ilesa.
Conheci
outras assistentes sociais, que não tinham compromisso cristão, em
estado muito pior. Enquanto estavam ocupadas se intrometendo na vida
familiar dos outros, tinham suas famílias destroçadas por adultério,
filhos rebeldes e descontrolados.
Creio
que ninguém — seja católico, evangélico, etc. — pode esperar a bênção
de Deus num serviço estatal criado para gerar caos e confusão nas
famílias — a não ser que a meta seja sabotar ou pelo menos amenizar os
estragos estatais.
Conselheiro tutelar pede socorro para Julio Severo
Em
2009, recebi mensagem desesperada de um conselheiro tutelar do Ceará
pedindo ajuda. Sob a responsabilidade dele estava uma menina de uns 10
anos, grávida, mas o governo tirou a criança de sua responsabilidade,
pois sendo católico, ele não queria prosseguir na disposição estatal de
encaminhar a menina para a realização de um aborto.
Como
é que um conselho tutelar poderá denunciar e agir contra tal medida
cruel quando seu perpetrador é o próprio governo? É fácil agir contra
indefesos pais e mães disciplinadores, mas seja qual for o crime contra
as crianças que o governo cometa, há isenção, desde abuso psicológico de
alunos em escolas públicas com aulas pornográficas de educação sexual
até distribuição de camisinhas para crianças de 10 anos de idade! Nem
mesmo os piores pedófilos do passado poderiam imaginar que um dia
teríamos um governo que facilitaria suas atividades de abuso sexual.
Se
os conselhos tutelares tivessem sido criados para realmente proteger as
crianças, o governo federal estaria em apuros ao tentar legalizar o
assassinato de bebês e adoção de crianças por duplas de pervertidos
homossexuais. Ou ainda não enxergamos que o aborto é o pior tipo de
crime contra as crianças? Tal crime deverá ser justificado e ignorado
quando o Estado o aprova?
Conselhos Tutelares foram criados para colocar os interesses estatais acima dos direitos dos pais e das crianças
A
maldade estatal é clara: se membros de um conselho tutelar optarem,
para o bem-estar da criança, protegê-la do aborto e de pervertidos
homossexuais, o governo intervirá para impor sua vontade, protegendo-a
em vez disso dos conselheiros tutelares que querem protegê-la! Mas se
esses mesmos conselheiros intervirem para dizer a um casal “por ordem do
governo, vocês estão proibidos de dar palmadas”, o governo dará total
apoio a esse conselho tutelar. E o projeto anti-palmada do governo de
Dilma Rousseff estará sendo incorporado ao ECA exatamente para fazer dos
conselhos tutelares órgãos de implacável monitoração às famílias.
Pouquíssimas pessoas enxergam os perigos do ECA. Dois anos atrás, participei de um programa de TV debatendo o ECA.
De um lado, estavam um conselheiro tutelar, uma psicóloga de conselho
tutelar e uma psicóloga apoiadora do ECA. Do outro, estava eu e meu
convidado, o Dr. Heitor De Paola. Como até mesmo entre católicos e
evangélicos é muito difícil encontrar pessoas que compreendam as ameaças
do ECA, fui obrigado a convidar o Dr. Heitor, que é ateu, para me
ajudar no programa. Ele chegou ao estúdio levemente bêbado, mas mesmo
assim falou muito melhor do que todos os defensores do ECA.
Na
saída do estúdio, o pai de um dos conselheiros tutelares chegou até mim
e disse: “Sou o pai de… que debateu com você neste programa, mas
concordo com tudo o que você disse!”
Quanto
aos problemas internos da minha amiga assistente social, na minha
opinião não se pode aplicar castigos físicos num menino que mal vê sua
mãe carreirista, que se orgulha de ter “domado” o marido. O dia em que
ela “domar” a situação do seu lar, ela deixará de sustentar as farras de
seu filho mais velho a fim de cuidar de seu filho mais novo.
Eu
disse pessoalmente a ela que ela precisava estar mais próxima de seu
menino de 5 anos, e que seu mau comportamento — inclusive jogar filhotes
de cachorro no chão, gatos na piscina, xingar e jogar objetos em sua
bisavó de 90 anos, desafiar adultos — merecia castigo físico. Sua
resposta foi enfurecer-se comigo! Para ela, que é psicóloga, a criança
só tem entendimento do certo e do errado a partir dos 7 anos. Bem, pelo
menos o filho dela de 20 anos já deve estar em idade suficiente para
entender o que está fazendo. Por que então não ordenar que ele mesmo
trabalhe para sustentar sozinho seus excessos e farras?
Foi
triste ver um lar tão desgovernado. Mais triste ainda é saber que
assistentes sociais com lares desgovernados é que terão autoridade para
empinar o nariz para impor as vontades e caprichos estatais sobre
milhões de famílias, pois o Estado quer decretar o fim da liberdade de
castigar birras. A impunidade que reina no governo do PT, acobertando
gravíssimas corrupções, agora será estendida a todas as crianças e
adolescentes do Brasil.
Com
a lei anti-palmada, bastará um telefonema anônimo, e a família
denunciada de dar uma palmada ou chinelada vai para tratamento
psiquiátrico à força. Vara de marmelo? Levará automaticamente para a
cadeia todos os seguidores das “nefastas” instruções de criação de
filhos no livro de Provérbios.
Sem
uma lei formal, os Conselhos Tutelares já estão agindo há muito tempo
como se já existisse uma Lei Anti-Palmada. Com a formalização da lei, o
inferno estatal será despejado dentro dos lares. É a lei do cão,
operando com ou sem lei, para cumprir os interesses do Estado intrusivo e
manter as famílias aterrorizadas e enfraquecidas.
E
quando as famílias estão enfraquecidas, o controle governamental sobre
os filhos — e sua formação como futuros cidadãos programados para servir
a um Estado de alma marxista — fica garantido.
Fonte: www.juliosevero.com
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