Julio
Severo
Flávio Sincero trabalha num
cartório. Ele sempre se empenhou pela honestidade, dentro e fora do trabalho.
Se o supermercado lhe dava troco a mais, ele não pensava duas vezes: devolvia o
dinheiro que não lhe pertencia.
Sua integridade passará por uma
prova de fogo.
No cartório, chegam dois homens, o
sr. Estrebaldo Oportunista e o sr. Anúbio Vigarista, que sem demora dizem: “Queremos
nos casar!”
“Para quando, senhores?” pergunta
Flávio.
Ao receber a resposta, o homem do
cartório indaga: “E qual é o nome de suas esposas?”
“Você está olhando para ela,” diz
Anúbio, apontando para o barbudo Estrebaldo. “Queremos nos casar aqui.”
Flávio sua frio. Quando criança,
ele escutava sua professora de escola dominical ensinar sobre a coragem de
Daniel, que não se prostrava diante das leis erradas do rei babilônico
Nabucodonosor. Mas ele nunca imaginou que tais provações pudessem também
ocorrer nos dias de hoje.
Ele leu nesta semana reportagens
de vários jornais dizendo que, sob iniciativa do ministro Joaquim Barbosa,
todos os cartórios do Brasil serão obrigados a “casar” homossexuais.
Antes, ele ouvia de jornalistas que
o movimento homossexual não queria impor nada sobre ninguém.
Agora, Flávio se sente traído por
Joaquim Barbosa e pelos meios de comunicação.
Flávio se casou no ano passado e
tem uma filhinha de poucos meses. Se ele não fizer o que Joaquim manda, o que
será do seu emprego? Como ele conseguirá sustentar sua família?
E agora, o que fazer diante de
Estrebaldo e Anúbio?
“Não posso casá-los…” diz ele.
“Como assim?” diz Estrebaldo.
“Casamento é apenas entre homem e
mulher. Não existe casamento entre dois homens. Isso é artificial. Não é
natural,” tenta argumentar Flávio.
“Seus pensamentos não interessam. A
lei agora diz que você deve nos casar. Por isso, não há o que discutir aqui.
Apenas faça o que a lei manda você fazer,” Anúbio afirma.
“Sou seguidor de Jesus Cristo.
Tenho compromisso com a Lei maior, que é a favor da família. Só poderei casar
vocês quando cada um de vocês trouxer uma mulher para ser esposa…” responde
Flávio, sabendo, tristemente, qual será a próxima reação.
“Neste caso, seu cristão de meia tigela,
vou imediatamente à polícia abrir um boletim de ocorrência contra você e seu preconceito
e ódio contra nosso direito de casamento! Você não pode impor seus valores
sobre nós!” grita Anúbio.
Anúbio e Estrebaldo estão certos.
Os cristãos não podiam “impor” seus valores na Alemanha nazista e na União
Soviética, que impunham seus valores anticristãos sobre todos, inclusive sobre
os cristãos.
Novamente, os cristãos se deparam
com uma ditadura que quer forçá-los a violar sua consciência.
Outros já trilharam esse caminho,
inclusive Daniel na Babilônia.
Quem diria que um dia — mais
precisamente, em nossos dias — teríamos a oportunidade de colocar em prática o
testemunho de Daniel em nossas vidas e empregos?
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